terça-feira, 19 de maio de 2009

Contra o sincretismo

Recado a Padres, Bispos e todos os que amam a salvação das almas



Quando os verdadeiros pastores tomam atitudes de falsos pastores, os falsos pastores são legitimados.



Os verdadeiros pastores são os padres da Igreja Católica, herdeiros da verdadeira doutrina, do depósito da fé apostólica verdadeira. Quando abandonam esse depósito para admitir o sincretismo religioso e atirar pérolas aos porcos, tomam vestes de falsos pastores e alimentam a pregação dos falsos pastores das seitas pentecostais. Celebrando a Santa Eucaristia em contexto de cultos pagãos de umbanda e candomblé, como acontece em tradições como as do Senhor do Bonfim, na Bahia, e de São Jorge, os padres legitimam o mais forte argumento dos protestantes com os quais aliciam as pessoas para reconhecerem neles o verdadeiro rebanho de Cristo: “os católicos são adoradores de imagens; só na igreja protestante – que chamam “evangélica” – é que se aceita Jesus Cristo como Salvador”.

É preciso acabar com este escândalo. As devoções a São Jorge e a outros santos associados com divindades de cultos afro-brasileiros denigrem a pureza da fé da Igreja Católica e fazem dela sair milhares de pessoas, confundindo as consciências e dificultando àqueles que não tem já uma boa formação cristã o reconhecimento da verdadeira Igreja de Cristo na Igreja Católica Romana. Este é o principal alimento do protestantismo brasileiro.

Abandonemos a devoção de São Jorge. As paróquias dedicadas a esse mártir pesquisem uma nova imagem dele, que em nada lembre a figura apocalíptica mitologizada do “santo guerreiro” de cavalo branco e dragão. Os santos de Jesus Cristo são homens e mulheres reais e não figuras mitológicas como os orixás da umbanda. Mostremos o testemunho dos heróis de Cristo, a partir de santo Estêvão, por exemplo. Que devoção popular tem o primeiro mártir de Cristo, cujo testemunho está registrado na Bíblia, que contém a Palavra do próprio Deus? Nenhuma. Quantos santos, de cujo testemunho cristão temos tão poucas informações, são sumamente cultuados? Santa Bárbara, São Jorge, Santa Filomena, etc. Acolher esses cultos e promovê-los não é ajudar a manter as pessoas na Igreja. Os que se alimentam dessas devoções quase nunca se abrem para um cristianismo verdadeiramente maduro, de vida interior, de vida sacramental consciente, de busca de santidade e perfeição, apoiado na palavra do Evangelho. E os outros, vendo isso, dão razão aos protestantes, falsos pastores, e se convencem de que os católicos são adoradores de imagens e acabam por crer de todo o coração que o verdadeiro seguimento de Cristo está nas igrejas protestantes.

Preguemos a verdade e não o que achamos que as pessoas querem ouvir ou que vai atrair muita gente ou o que “já é tradição”. Não temos outro compromisso a não ser o testemunho da Ressurreição de Jesus. A doutrina cristã, a que está no Novo Testamento e no Catecismo é que importa. É a única que liberta o ser humano da escravidão da carne, do pecado e do demônio. A religiosidade popular que devemos promover não é o sincretismo, a ignorância, a superstição. É o Rosário, a Via-Sacra, as práticas de amor a Jesus Cristo, ao seu sagrado Coração, à santa Cruz, as procissões do Corpo do Senhor, baseadas numa piedade católica autêntica.

A tolerância com o sincretismo é entregar o rebanho ao lobo voraz e a omissão em combater o sincretismo é pecado mortal também.



Padre Afonso Henriques Salgado Chrispim

2 comentários:

  1. Não precisei terminar de ler o que o senhor citou acima, mas há um pretexto e uma controvérsia, é lógico que sou contra o sincretismo religioso mas sou a favor da Religião interdenominacional pois Jesus Cristo, se tivesse dito: "Hoje eu funde ia Igreja CATÓLICA e esta é a Igreja correta que Eu fundei e nela todos tem que seguir", aí sim eu estaria segundo-a a finco. Deveras o senhor já deve saber que sou evangélico, não é bom um ícone da Igreja como um Padre citar tantas palavras duras para os irmãos evangélicos. É claro que há seitas que se dizem evangélicas mas aos que lêem o citado acima podem se ofender. Olho por um lado crítico e não defendo certas doutrinas que separa o homem de Deus. Na Bíblia tem vários exemplos que nos mostram que há controvérsia no HOMEM a Palavra é inerrante, então a culpa de toda distorção cabe ao homem.

    Abraços

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  2. Parece-me que o equívoco se origina em um resíduo no inconsciente coletivo dos povos, desde o início da civilização, com o surgimento das religiões politeístas (onde em geral havia um "deus principal" e vários menores com funções particulares, qual um rei e seus ministros), a partir dos sumérios, passando por egícios e gregos até chegar aos romanos.
    Com o advento do monoteísmo cristão (herdado dos hebreus), a ignorância popular aplicou aos santos - homens e mulheres comuns e falíveis como nós, mas que se aproximaram mais da imitação de Cristo (e apenas por isso devem ser lembrados) - "poderes" e atribuições específicas (S.Antônio/casamentos, S.Luzia/olhos, S.Rita/causas impossíveis, etc.) e a partir daí confundiu reverência/modelagem (louvável) com culto/devoção (condenável), fenômeno compreensível (mas nem por isso tolerável) nos católicos de menor nível cultural ou de formação religiosa inconsistente.
    É de suma importância frisar que o uso de imagens (gravuras e esculturas) deve ser admitido da mesma maneira que levamos na carteira fotografias de nossos filhos - ou seja, temos total consciência de que são apenas lembranças dos mesmos, e não eles próprios;. Qualquer coisa além disso dá munição aos detratores da Igreja, que nos acusam de idólatras e politeístas, quando por exemplo permitimos que se formem filas nos templos para beijar imagens de gesso ou madeira. Portanto, cabe antes de mais ninguém á própria Igreja esclarecer a questão, repetitivamente se necessário, no catecismo e nas homilias.

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